quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Turismo Étnico Afro Brasileiro -ANTAB

Podemos dizer que, devido, paradoxalmente, ao processo de globalização, a medida reacenderá no Brasil a criação de novas tendências mercadológicas, como o turismo étnico, que se tornou realidade em outras nações. Por sermos uma nação multirracial, (...)
Por sermos uma nação multirracial, essa segmentação turística - devido aos incontáveis benefícios que pode gerar para as políticas sociais de todo o País -, tem tudo para aumentar a receita do Rio de Janeiro e de outros estados. Resultante do contato direto entre grupos étnicos de países diferentes com o mesmo perfil antropológico, e gerador de fortes vínculos de amizade e solidariedade entre o grupo receptivo e o visitante, o turismo étnico não implica grandes investimentos. Em geral, o turista pode ficar em hotéis - sem perder contato direto com a cultura local - ou mesmo hospedar-se na casa de cidadãos com a mesma cultura que ele. Existem cerca de 75 milhões de afrodescendentes no Brasil (depois da Nigéria, o país com a maior população afro), e, no Rio de Janeiro, são aproximadamente cinco milhões de negros e pardos, produzindo produtos originais, que fascinam os visitantes de todas as etnias. No caso afro-brasileiro, por exemplo, onde este tipo de turismo já vem sendo praticado há bastante tempo - mas de forma ainda pouco convencional, como na Bahia e no Rio de Janeiro, através de redes montadas por negros brasileiros e afro-americanos - ele pode gerar a consolidação de um nicho de mercado superpotencial, pois, mexe em quase todos os setores do mercado turístico. Ou seja, ele pode gerar novos empregos, maximizar receitas públicas e privadas, melhorar a capacitação da mão-de-obra, potencializar o patrimônio histórico-cultural, redistribuir a renda e desenvolver áreas negras decadentes, como aconteceu com o Pelourinho, em Salvador, e o Bairro do Recife, em Pernambuco. Segundo a Organização Mundial de Turismo, o turismo étnico já é uma realidade em muitos lugares e é um segmento que têm tido rápido crescimento. O potencial mais notável deste tipo de turismo está relacionado ao mercado afro-americano. Os "black" dos EUA, que têm visitando muito o Rio de Janeiro e Salvador nos últimos anos, estão famintos por contato direto com as culturas negras brasileiras. Nos EUA, várias agências de viagens vêm oferecendo pacotes para festas afro, como o desfile das escolas de samba e a festa religiosa de Nossa Senhora da Boa Morte, uma irmandade de mulheres negras iniciadas no candomblé, em Cachoeira, na Bahia. Segundo a Travell Industry of America (TIA), cerca de 65% dos 35 milhões de negros dos EUA gastaram muito dinheiro com turismo, principalmente na América do Sul, Caribe e África, em 1994. A National Tour Association in Kentucky diz que, em 1998, os afro-americanos dispunham de US$ 34 bilhões para gastar em viagens de lazer. Em 2002, este número saltou para mais US$ 54 bilhões. Segundo a Câmara de Comércio Afro-Americana, os negócios envolvendo negros nos EUA já movimentam US$ 600 bilhões, um dos dez maiores PIB do mundo. Em 2005, de acordo com as projeções do censo norte-americano, os EUA terão um milhão de negros novos ricos, com renda anual de quase US$ 200 mil, querendo gastar em serviços politicamente corretos. Com este fabuloso nicho de mercado à vista, é necessário que as agências estatais de turismo e o trade atentem para investirem e capacitarem os empreendedores afro-brasileiros, pois são eles os detentores dos principais insumos que o afro-americano quer ter acesso e desfrutar: a cultura negra. Neste caso, seria o encontro de dois gigantes para gerar o terceiro, ou seja, o gigantismo dos produtos afro-brasileiros e o gigantismo de consumo afro-americano. O terceiro gigante seria a grande perspectiva de investimentos que os negros dos EUA podem fazer no Rio e no Brasil, como várias câmaras de comércio negras dos EUA vêm sinalizando desde 1999, quando 150 empresários "black" estiveram na Firjan, fazendo negócios e mantendo contato interétnico com empresários brancos e negros. Em síntese, além de seu potencial de turismo receptivo-cultural, este mercado pode atrair capitais para a indústria brasileira, pois, como dissera, em 1999, no Rio, Harry Alford, presidente da Câmara de Comércio Afro-Americano, "A globalização fez a gente correr para oportunidades de negócios em todo o mundo, principalmente na África e na América do Sul". Mesmo sem estar ainda organizado, o mercado étnico já funciona informalmente no Rio de Janeiro, com alguns bares da orla sendo freqüentados pelos turistas negros em alta e baixa temporada. Muitos são levados para se deliciar com os pratos afro-cariocas em botecos especializados ou visitarem quilombos do litoral norte do estado. Alguns deles chegam a fazer, segundo conversas reservadas de donos de casa de jóias de Copacabana - reduto dos turistas negros -, compras de pedras brasileiras em torno de US$ 40 mil. Para este de turismo funcionar corretamente, é necessário, em primeiro lugar, a capacitação de guias e empreendedores afro na língua inglesa. No mesmo tom, devemos reformar e melhorar o acesso aos monumentos negros do estado, organizar as comunidades de quilombolas para esta nova realidade. Sem também um shopping de produtos afro, pouco vai fazer efeito. Enfim, propostas existem, é necessário que este tipo turismo seja levado a sério. A atividade pode abrir caminho para novos e diversificados tipos de mercados étnicos. Por exemplo: a criação de feiras étnicas no âmbito do Mercosul ou a realização no Rio de Janeiro, de dois em dois anos, de congressos de investidores afro das Américas, Caribe e da África, como é o desejo da própria Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad), e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que têm programas de desenvolvimento de comunidades de baixa renda, através de geração de negócios para pequenos empreendedores.

"Turismo étnico afro-brasileiro é debatido no Salão Roteiros do Brasil"

O último dia do Salão do Turismo – Roteiros do Brasil, no Anhembi, em São Paulo, recebeu, no Núcleo do Conhecimento, um debate sobre “Turismo Étnico Afro Brasileiro Expectativas e Oportunidades. A abertura foi feita por Francisco Luiz Salvador, representante do Baile do Carmo da cidade de Araraquara, que apresentou em vídeo alguns trechos da festa, com depoimentos importantes, como do prefeito Marcelo Barbieri, destacando o apoio da administração municipal ao evento e a importância da inclusão da festa no calendário nacional do Ministério do Turismo.Em seguida o deputado estadual José Candido enfatizou a necessidade de se criar em São Paulo um Programa de Turismo Étnico Afro Brasileiro e um calendário de manifestações culturais e turísticas afro-étnicas. O deputado também pediu maior apoio dos órgãos municipais, estaduais e federais às iniciativas que venham focalizar a inclusão social e o destaque da cultura do povo negro.Quem entusiasmou a platéia, porém, foi Francisco Henrique S. O. Junior, presidente da Associação Nacional do Turismo Afro Brasileiro (Antab), que destacou que o turismo étnico afro brasileiro não pode ser somente focado na questão cultural. Segundo ele também se faz necessária a formação de empreendedores, além da capacitação e da qualificação profissional. Segundo ele, o País não esta preparado para atuar de forma segmentada no turismo, mas que é muito importante que sejam dados os méritos a tudo o que a população negra contribuiu e ainda contribui para o setor. Destacou ainda a participação afro étnica da entidade nas feiras de negócios de beleza como Hair Brasil, Beauty Fair, Hair Beauty Spa, Expohair, Thebeauty e a feira de Osasco, onde serão destacados os atrativos culturais, os roteiros, os profissionais do setor de beleza afro étnicos e o trabalho que está sendo realizado para o segmento com apoio do Ministério do Turismo.Foi apresentado pelo presidente da Antab um documento enviado pelo Ministério do Emprego e Trabalho, que inclui os cabeleireiros étnicos e trançadeiras como ocupação reconhecida. A última intervenção no painel foi do representante da Secretaria de Turismo do Estado do Rio Grande do Sul, Jaziel Ferreira, coordenador de Turismo da Cidade de Bom Jesus, e que destacou o potencial da cidade para receber eventos de turismo, se colocando à disposição para articular a realização de atividades voltadas ao resgate da participação dos afro descendentes na história da cidade.Foi criado oficialmente o Coletivo Gestor de Turismo e Negócios Afro Brasileiro – CGTNAB, que será composto por integrantes das 12 cidades que receberão os jogos da Copa de 2014 e mais dois delegados de cada Estado do País, que, por meio de uma rede integrada, estarão atuando na questão de gestão do segmento no Brasil.A coordenação geral do CGTNAB ficou com o presidente da Antab, Francisco Henrique, a pedido de várias lideranças do movimento negro que estavam presentes, de empresários e do próprio MTur, já que a Antab está à frente da elaboração da Matriz Situacional do Segmento Étnico no Brasil, com a missão de destacar os entraves que até agora não permitiram o trabalho de desenvolvimento do turismo afro brasileiro. A apresentação dos representantes de São Paulo no CGTNAB será dia 29 de agosto na Beauty Fair, que também acontece no Anhembi.A cidade do Guarujá, no litoral paulista, foi escolhida como sede do primeiro encontro de lideranças do movimento negro, empresários e autoridades políticas da Baixada Santista, onde serão escolhidos os representantes do litoral de São Paulo que integrarão o CGTNAB.Delma de Andrade, da Embratur e da Unesco, informou que se faz necessário que haja uma gestão empresarial para o setor e que o caminho que está sendo traçado pela direção nacional do turismo étnico afro brasileiro está perfeito.Em parceria com a Coordenadoria de Segmentação da MTur e da Embratur, será organizado pela Antab e pelo CGTNAB um Seminário Nacional e Internacional sobre o Turismo Étnico Afro Brasileiro, que terá a presença de palestrantes internacionais com experiência neste tipo de segmento turístico. O evento está sendo projetado para ocorrer em setembro.Francisco Henrique, fez a entrega oficial do documento que solicita a inclusão das feiras de beleza Beauty Fair e Hair Beauty Spa como atrativos turísticos afro étnicos à Coordenação Geral de Segmentação do MTur, representada pela coordenadora Rosiane RockeNbach, e também a entrega do documento pleiteando por meio do deputado José Candido que seja feita também a inclusão do Baile do Carmo no Calendário Estadual de Turismo, evento que acontece há 121 anos na cidade de Araraquara.


Audiência Pública sobre Turismo Étnico Afro Brasileiro em Araraquara é destacada na Programação do aniversário da cidade


Notícias
Fonte: Lista de Discriminação Racial -
A Prefeitura Municipal de Araraquara em parceria com a Associação Nacional do Turismo Afro Brasileiro - ANTAB, realizaram neste sábado dia 15 de Agosto uma audiencia pública para discutir o desenvolvimento do Turismo Étnico Afro Brasileiro na cidade. O evento que lotou a sede do Centro de Referência Afro, contou com a presneça do Presidente da Associação Nacional do Turismo Afro Brasileiro ( ANTAB ), e do coordenador do SOS RACISMO na Assembléia Legislativa de São Paulo o depuatdo estadual José Candido.O objetivo do evento foi discutir os pontos que podem ser atingidos e as diretrizes que devem ser trabalhadas para incentivar a participação da comunidade negra nesta atrividade. O presidente da ANTAB elogiou a iniciativa da cidade em promover essa discussão. " A comunidade negra tem ansiedade pela inclusão social e pela liberdade real de expressão, o que nos dá maiores oportunidades. Fico contente com a atitude do Prefeito Marcelo Barbieri que abriu espaço para que pudessemos enfatizar este segmento e além de nos dar a devída oportunidade de apresenta-lo a comunidade araraquarense.Segundo o deputado Jose´Candido, " poucas cidades têm o movimento negro popular organizado. Araraquara esta bem avançada nesta matéria". José Candido ainda mencionou a necessidade de se realizar mais eventos com o objetivo de ampliar a visão da comunidade negra e da sociedade local para este setor turistico o que poderá contribuir para o destaque do municipio também através da cultura e dos atrativos afro étnicos.O secretario de governo, Orlando Mengatti Filho parabenizou a palestra do presidente da ANTAB e do deputado Candido, deixando claro que se faz necessário se preparar a mão de obra local para as oportundiades de trabalho que deverão surgir,atravé s do turismo afro.Ao final do encontro o secretario de governo convidou o presidente da ANTAB para participar da reunião da Associação dos Prefeitos da Região de Araraquara (APRA), que aceitou prontamente o convite destacando que o prazer de poder estar discutindo este tema com prefeitos de uma das regiões mais importantes do estado de São Paulo.Participaram do evento os representantes dos deputados Dimas Ramalho ( Federal ) e Roberto Massafera ( Estadual ), além de representante de lideranças negras das cidades de Matão, Ribeirão Preto,Nova Europa, Taquaritinga, Américo Brasilense, São Carlos e Jaboticabal.Foi anunciado pelo presidente da ANTAB, a organização do Seminário Regional de Turismo Étnico Afro Brasileiro que será realizado em Novembro e também o lançamento do curso de Gestão de Turismo e Negócios Afro-Brasileiro que será realizado de forma itinerante, tendo o seu inicio programado para ocorrer em na cidade de Itu e na sequência na região de Araraquara.Em Julho foi feito convite pela Associação Nacional do Turismo Afro Brasileiro -ANTAB para que a cidade de Araraquara, fosse representada na Cerimonia de Oficialização dos Cabeleireiros Étnicos e Trancistas, e no lançamento do Seminário Nacional de Turismo Étnico Afro Brasileiro que estará acontecendo dia 29 de Agosto na Feira Beauty Fair.


"TURISMO ÉTNICO E VALORIZAÇÃO DA CULTURA AFRO BRASILEIRA"

O projeto “Turismo Étnico e Valorização da Cultura Afro-brasileira”pretende estruturar, organizar e divulgar a visitação turística no Centro de Cultura Afro-Brasileira Asé Ylê do Hozooane, através da capacitação da comunidade (para monitoria, artesanato, costura e gastronomia típicas) e da formatação do local como produto turístico, visando a geração de renda para a comunidade, a preservação e a valorização da cultura afro-brasileira.
O planejamento e o projeto para captação de recursos do FEMA (Fundo Especial do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Município de São Paulo) foi realizado pela Barros & Ruiz Gestão em Turismo.


"Seminário busca promover igualdade racial por meio dos segmentos de turismo e beleza"
Extraído de: Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo - 26 de Maio de 2009


Aconteceu nesta terça-feira, 26/5, o primeiro Seminário de Negócios de Beleza, Cultura e Turismo Brasil " África, uma iniciativa do deputado José Candido (PT).
A pauta de trabalho, além de outros temas, objetivou definir a realização de audiência pública que trate do assunto; discutir formas de inclusão de profissionais étnicos nos quadros de apresentações artísticas e nos materiais de promoção de feiras e eventos; apresentar a resolução do Ministério Público sobre a participação de 10% de negros em desfiles; discutir a elaboração de proposta de políticas públicas para o turismo cultural afro e o empreendedorismo no Estado de São Paulo; e buscar entendimento entre as empresas do setor de beleza e cosmetologia, a Secretaria de Turismo e entidades representativas da comunidade afro para viabilizar o acesso de um número maior de profissionais e consumidores aos eventos.
Links Patrocinados
O deputado José Candido, coordenador do SOS Racismo na Assembleia e presidente da Comissão de Direitos Humanos, destacou que os negros, que representam mais de 50% da população, enfrentam muitas dificuldades que os impedem de avançar. Citou ainda fatores como a falta de autoestima e de oportunidades, causados pelo pouco acesso à educação. "Esta pauta de trabalho nos dará discernimento para fazermos uma política pública de entendimento. Precisamos conquistar o respeito que nos é devido", concluiu o deputado, que vê o turismo étnico como uma fonte de valorização à cultura negra, que permeia de forma intensa a diversificação da população brasileira.
Cosmetologia
Francisco Henrique Silvino, presidente da Associação Nacional de Turismo Afrobrasileiro (Antab), vê a cosmetologia como um dos nichos mais atrativos da economia e a diversidade étnica como um elemento importante dentro do segmento. Associando esta realidade à vocação de São Paulo para o turismo de negócios, Silvino sugeriu que "as empresas que organizam feiras de negócios destaquem a beleza brasileira".
Ampliando suas considerações, o presidente da Antab afirmou também que, através de roteiros turísticos que contemplem a cultura afrobrasileira, podem ser criadas referências culturais aos turistas que vierem às feiras de beleza, pois eles podem conhecer um pouco da cultura e da história do negro em São Paulo.
Silvino destacou que a cosmetologia voltada ao negro é um avanço, pois até recentemente os produtos de estética e beleza voltados a esse público eram importados. "Hoje há uma relação entre estes produtos e a área ambiental, uma vez que muitos deles usam ervas e outras matérias naturais na sua elaboração", ressaltou.
A Antab já promoveu 12 seminários em diversos Estados estudando a implantação do turismo étnico.
Gastronomia
Celso Santos, da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), após destacar que três das vocações turísticas de São Paulo (negócios, compras e saúde) se relacionam perfeitamente com a cosmetologia, vê a atividade turística como integradora e mencionou a gastronomia como exemplo. "Não dá para imaginar a gastronomia brasileira sem a participação afro", afirmou Santos, lamentando que há uma grande carência de restaurantes afrobrasileiros.
Rota da Liberdade
Envolvida na produção de um mapa cultural afrobrasileiro, a Secretaria de Estado de Esporte Lazer e Turismo, representada pela assessora de imprensa Bernardete Augusto, apresentou o projeto turístico Rota da Liberdade, desenvolvido no Vale do Paraíba, um importante foco de cultura negra que abrange também o litoral norte e a região da Serra da Mantiqueira. "Este projeto envolve várias manisfestações culturais como, por exemplo, o jongo e a congada", explicou.
O seminário teve a presença também da delegação angolana representante da Development Workshop que, segundo Luis Albino, veio buscar no Brasil a experiência de mecanismos participatórios; e de um grupo de nigerianos, trazidos por Otunba Adenuke Aderonmu, do Centro Cultural Africano.
Autor: Da Redação